domingo, 5 de janeiro de 2014

Escadas que se movem e um pequeno exemplo de boa adaptação cinematográfica



Minha história com Harry Potter começa em 2001, ano em que a primeira adaptação cinematográfica estreou. Acho que vi no cinema, mas não tenho muitas memórias sobre a experiência, exceto de ter adorado. Então, quando, ainda no mesmo ano, li o primeiro livro (e os três seguintes logo depois), o enredo era como novo na minha cabeça. Eu até pronunciava o nome de Dumbledore assim mesmo como se escreve, ao invés da pronúncia correta (algo como Dãmboudór). De lá pra cá, reli cada livro um monte de vezes; pelo menos umas sete vezes cada um, e pretendo reler DE NOVO esse ano.

Esse post é sobre uma experiência que tive há alguns anos atrás. Quando estava lendo Harry Potter e a Pedra Filosofal já pela sexta ou sétima vez, mais especificamente no capítulo 8 (O mestre das poções, página 116 na minha edição) reparei na ausência de alguma coisa. Não havia as escadas que se movem. Se você assistiu os filmes, mais especificamente os dois primeiros, você se lembra delas. Pois é, eu achava que elas estava no livro. Não estão.

Esta é a única imagem relevante ao post. O resto é bobagem. Estão avisados.


Quando fui comentar isso com minha irmã, que também já era fã de longa data, ela não acreditou em mim. Teve que ler o capítulo inteiro pra se convencer. Alguns anos depois, passei pela mesma experiência com a minha namorada.

Tá gostoso aí, Harry?


Por que a gente se recusou a acreditar que as escadas que mudam de lugar não estavam no livro? Bem, pode contribuir para isso o fato de que, quando lemos o livro pela(s) primeira(s) vez(es), eramos muito jovens. O tempo pode confundir a memória. Mas eu acho que é mais que isso.

Não fique triste, Hermione. Em breve você vai crescer e ficar gostosa.


Metade deste tal capítulo 8 serve para descrever a geografia de Hogwarts. Portas que só se abrem se você fizer cócegas, outras que só se abrem em um dia da semana ou ao ouvir uma senha, paredes que fingem ser portas, escadas com alguns degraus que simplesmente desaparecem, esse tipo de coisa. Meio capítulo para de passar a sensação de quão louca é essa escola.

De quem foi a ideia de chamar o Supla pro filme?


Em um filme, não dá pra perder tanto tempo com isso. Não dá pra mostrar em cena cada uma das esquisitices que eu citei no parágrafo anterior. Mas uma simples cena, acompanhada de uma simples linha de fala (Percy: "E cuidado com as escadas, elas gostam de mudar." A própria maneira descompromissada como ele fala isso mostra que coisas desse tipo são rotineiras para um estudante de Hogwarts) transmite toda a ideia.

"Tá vendo essa cicatriz? Ela também gosta de mudar de lugar."


Por isso eu considero esse um pequeno exemplo genial de adaptação cinematográfica. Completamente diferente do livro, mas transmite a mesma ideia. Funciona perfeitamente na mídia audiovisual, enquanto a versão do livro não funcionaria.

E se encaixa tão bem com o resto da obra que parece ter saído da obra original.

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