terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Afinal, hoje é quarta ou domingo?

Este não é um tipo de post que eu costume escrever aqui para o blog. Mas ontem um amigo meu compartilhou esta imagem, e eu achei o problema interessante o suficiente para dar uma olhada.


Descobri que esse problema foi compartilhado bastante pelo facebook e similares, e parece que sempre suscita algumas discussões sobre a resposta correta. A parte interessante é que pouca gente parece se dar conta de que o problema tem duas possíveis respostas, e menos ainda sabem o porquê disso.

Então segue abaixo minha resolução, para você entender por que hoje pode igualmente ser Quarta-feira ou Domingo (embora, pra ser honesto, eu esteja escrevendo este post numa manhã de terça).

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"Se ontem fosse amanhã, hoje seria Sexta-feira. Que dia é hoje?"

Primeiramente, o objetivo do problema é descobrir que dia da semana é o hoje real, então:

Hoje (real) = ?

O condicional "seria" indica que o primeiro hoje da sentença é hipotético, logo:

Hoje (hipotético) = SEXTA

"Se ontem fosse amanhã (...)"

É aqui que o problema se divide. O uso dos condicionais "se" e "fosse" permite interpretar a sintaxe de duas formas:

Ontem = hipotético / Amanhã = real

ou 

Ontem = real / Amanhã = hipotético

Em ambos os casos, Ontem = Amanhã

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HIPÓTESE 1: (Ontem = hipotético / Amanhã = real)

Ontem (hipotético) = Amanhã (real)

Logo:

Amanhã (real) = QUINTA

Logo:

Hoje (real) = (Amanhã [real]) -1 = QUARTA

Na Hipótese 1, Hoje = QUARTA.

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Hipótese 2: (Ontem = real / Amanhã = Hipotético)

Amanhã (hipotético) = Sábado, logo:

Ontem (real) = Sábado

Hoje (real) = Sábado +1 = DOMINGO

Na Hipótese 2, Hoje = DOMINGO.

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Qual o motivo da confusão, afinal? É o seguinte: normalmente, só quem gosta de matemática tenta resolver este problema. E essas pessoas, na maioria das vezes, não gostam de língua portuguesa, então não entendem de sintaxe. Assim, assumem que a frase só pode ser interpretada de uma forma, portanto o problema lógico/matemático também só possui uma resposta.

Ou seja: se as pessoas não buscassem ser tão especializadas, problemas multidisciplinares como este seria triviais.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Temporada Inverno 2015 - Primeiras Impressões pt1


Refazendo a explicação que eu me forço a fazer quatro vezes por ano (porque né, nunca se sabe): as estreias de animes no Japão são lançadas sempre em grandes blocos que acompanham as quatro estações do ano.

Assim, eu sempre (menos na temporada passada, por falta de tempo) assisto a maior quantidade possível de estreias, e escrevo uns dois posts com as minhas Primeiras Impressões aqui para o blog.

Lembrando que eu sempre me oriento pelo Guia Completo do Gyabbo, o melhor que eu conheço em língua portuguesa.

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Junketsu no Maria



Gêneros: HistóricoFantasia.
Fonte: Mangá.
Estúdio: Production IG.
Diretor: Goro Taniguchi.

A história é sobre Maria, a bruxa mais poderosa da época da guerra dos Cem Anos na França. Ela odeia guerra, então ela atrapalha as batalhas usando seus poderes mágicos. Ela, sua succubus Artemis e incubus Priapos começam a chamar a atenção dos céus, então o Arcanjo Miguel intervem. Ele decreta que, quando Maria perder sua virgindade, também perderá seus poderes. Enquanto isso, um lindo anjo chamado Ezequiel é encarregado de cuidar para que Maria não use magia na frente dos outros, mas ela continua usando.


Começando com o melhor, esse anime tem tudo para ser o melhor da temporada. Não se destaca nem inova nos aspectos técnicos, mas é eficiente e apresenta uma ótima trilha sonora. Na parte histórica, dá uma aula a Hollywood. Roupas, cenários, representação de batalha e até a tensão entre a aceitação das heresias e sua condenação pela Igreja Católica, tudo surpreendentemente consistente com a realidade. Para um estudante de História Medieval como eu, foi de chorar.

Mas o anime não pára por aí. A protagonista, Maria, é cativante e bem construída, com suas dúvidas e inseguranças de puberdade, e ao mesmo tempo um discurso de empoderamento feminino que é raríssimo de se ver numa sociedade machista como a japonesa. Até o ecchi é bem encaixado e engraçado, não jogado como em muitos animes.

Se o resto do anime entregar o que o primeiro episódio promete, ela será inesquecível.


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Binan Koukou Chikyuboueibu LOVE!




Gêneros: Comédia, Magia, Slice of Life.
Fonte: Original.
Estúdio: Diomedea.
Diretor: Shinji Takamatsu.


A história se passa entre os cinco alunos do Clube da Defesa (ou “um clube para não fazer nada”) do Colégio Binan. Duas misteriosas criaturas chegam do espaço sideral. Uma, um combate rosa, fica com o Clube da Defesa e a outra fica com o Clube da Conquista (Conselho Estudantil). Por conta disso, os dois clubes têm que lutar para saber quem sentará no trono dos Combatentes Apaixonados.


Um mahou shoujo, no melhor estilo Sailor Moon, só que com garotos. Parece uma boa ideia para um anime de comédia escrachada, e eu tinha esperanças de que fosse ser bom. Mas não é muito engraçado. Poucas piadas funcionam, e os personagens já são femininos demais para que a transformação tenha qualquer valor cômico. Não chegou a ser uma experiência dolorosa de assistir, mas também não dá muita vontade de continuar.

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Assassination Classroom



Gêneros: Comédia, Escolar, Ação, Slice of Life.
Fonte: Mangá.
Estúdio: Lerche.
Diretor: Seiji Kishi.

Os alunos da turma 3-E têm uma missão: matar seu professor antes da formatura. Ele já destruiu a Lua e prometeu destruir a Terra se não for morto dentro de um ano. Mas como essa turma de desajustados conseguirá matar um monstro de tentáculos, capaz de alcançar a velocidade Mach 20 e que, ainda por cima, consegue ser o melhor professor que qualquer um deles já teve?



Com essa sinopse insana, parece ser um anime de comédia bem nonsense. E não deixa de ser. Mas o primeiro episódio sugere algo mais elaborado e profundo, com real desenvolvimento de personagem. Ao menos o mangá (que, aliás, está sendo publicado aqui no Brasil) é bastante reconhecido e aclamado, o que me faz ter boas expectativas quanto ao anime.

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Yuri Kuma Arashi



Gêneros: Fantasia, Romance.
Fonte: Mangá.
Estúdio: Silver Link.
Diretor: Ikuhara Kunihiko.


Uma “fantasia intelectual” sobre Kureha, uma colegial “transparente” que sequer é notada pelos outros. Toda noite ela tem um sonho sobre “um urso e uma tempestade transparente”. Neste sonho, seu misterioso colega de sala Ginko Yurishiro aparece em forma de urso.


Uma merda. Próximo!

*suspiro* Tá, acho que posso ser mais específico.

Primeiro vou explicar melhor o plot, porque a sinopse oficial é péssima. Existe uma muralha (rosa e com estampa de patinhas ¬¬') que divide o mundo entre humanos e ursos. E aí duas ursas assumem forma humana (de garotas fofinhas) e se infiltram em uma escola só para garotas (todas fofinhas - aparentemente não existem homens nem gente feia nesse mundo). E começam a devorar algumas garotas (eu acho; foi difícil assistir isso até o fim).

Pra ser justo, a arte e a trilha sonora são razoavelmente boas. E só. Não tem roteiro nem conflito, as personagens são vazias, o ritmo é arrastado. Talvez valha a pena ver as cenas de yuri, caso você goste, e só.

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Death Parade


Gêneros: Horror, Psicológico.
Fonte: Original.
Estúdio: Madhouse.
Diretor: Yuzuru Tachikawa.


“Bem-vindos ao Queen Dekim” Dois visitantes chegam ao estranho bar Queen Dekim e são recebidos pelo barman de cabelo branco, Dekim. “Daqui em diante vocês devem começar uma batalha onde suas vidas estão na balança,” ele diz para apresentar o Death Game. A verdadeira natureza dos visitantes aparece e, conforme o jogo segue, Dekim se revela como árbitro do jogo. O julgamento de Dekim para aqueles dois estranhos é…


A sinopse oficial, novamente mal feita, leva a crer que é uma espécie de Battle Royale genérico, ou então o tipo de anime poser sangrento que agrada a moleques de 13 anos fãs de Jogos Mortais. Mas o primeiro episódio foi realmente bom, principalmente em relação ao ritmo. Com apenas três personagens interagindo dentro de uma sala fechada, seria fácil o episódio parecer arrastado, mas ele conseguiu manter a tensão até o final.

Na parte técnica, tudo foi eficiente e condizente com o clima, mas pouco impressionante. Só a abertura me chamou um pouco mais a atenção.

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Por enquanto, vou encerrar por aqui. Em breve eu volto com mais algumas Primeiras Impressões de animes que parecerem interessantes.

De longe, o anime que mais me impressionou até agora foi Junketsu no Maria. E, a julgar pelas sinopses e trailers do resto da temporada, não acho que nada vá superá-lo. Veremos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Os 10 livros que marcaram minha vida




Começou como uma postagem de uma amigo de longa data no facebook, passando adiante uma dessas brincadeiras de rede social. Esta, no entanto, faz parte da minoria de brincadeiras realmente interessantes e construtivas.

A regra era listar e justificar 10 livros que mais marcaram sua vida. Veja bem: não os 10 melhores livros que você já leu, ou os seus 10 favoritos. Os que mais marcaram sua vida. Simples.

Como sempre resolvi, transformar isso em material aqui para o blog. Sem mais delongas:

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1. Harry Potter, de JK Rowling - O primeiro livro de maior volume e relevância que li na minha vida, ainda no saudoso ano de 2002, quando eu tinha 8 anos de idade. Acima de tudo, o maior responsável pelo meu amor pela literatura e pela fantasia. Eu costumo dizer que cada fase da minha vida teve uma saga de literatura fantástica firmemente atrelada, e Harry Potter é a da minha Infância (embora eu carregue comigo até hoje).



2. O Senhor dos Anéis, de JRR Tolkien - Não só a trilogia, como toda a extensa obra e mitologia de Tolkien, ocupam seu lugar como obra de fantasia da minha Adolescência. Li A Sociedade do Anel pela primeira vez em 2007 (já havia lido O Hobbit), e passei meu Ensino Médio me aprofundando neste universo. Me ensinou a estreita e indispensável relação entre simbologia e fantasia.



3. As Crônicas do Matador do Rei, de Patrick Rothfuss - Finalizando a trinca, essa é a saga de fantasia que está atrelada à minha fase de vida atual. Simplesmente o desenvolvimento de personagem mais completo e tocante que já li, além de uma rara poesia na narrativa. Me identifico muito com o protagonista, pois compartilho da principal característica dele: uma pluralidade de interesses pelos assuntos mais diversos. Se alguém me perguntasse, essa seria "a obra que eu gostaria de ter escrito".



4. As Aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain - Li esse clássico da literatura norte-americana no melhor momento possível, quando eu era criança. Ele ajudou a definir muito da minha visão sobre infância, sobre crianças e sobre a vida em si, junto com o filme Ponte para Terabítia.



5. O Inimigo do Mundo, de Leonel Caldela - Eu jogava RPG, e adorava o cenário de Tormenta, por isso resolvi ler o romance ambientado nesse cenário. Estava adorando, quando de repente um fato bem óbvio me atingiu com a força de um Míssil Mágico: esse livro foi escrito por um brasileiro! Foi a primeira vez em que me dei conta de que um brasileiro podia produzir obras tão boas quanto as gringas, e também a primeira vez em que me dei conta de que queria ser escritor de fantasia.



6. A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr - Anos depois de O Inimigo do Mundo, outra obra de fantasia sensacional escrita por um brasileiro voltou a me colocar no caminho do qual eu havia me desviado um pouco: escrever. Dessa vez, mais velho e mais maduro, eu pude me dedicar a isso com mais seriedade.



7. A Jornada do Escritor, de Christopher Vogler - O livro básico que me jogou neste caminho árduo de estudar narrativa. Foi uma pedra fundamental, e também um portão para outras leituras que me ajudaram a melhorar não apenas minha escrita, como também minha leitura de outras obras (em todas as mídias).



8. As Crônicas de Arthur, de Bernard Cornwell - Minha porta de entrada para um de meus autores favoritos, e também para todo o gênero da ficção histórica. E esta é a principal responsável pelo meu amor pela História, portanto esse livro foi fundamental para as minhas escolhas de vida e formação intelectual.



9. As Vantagens de ser Invisível, de Stephen Chbosky - Gostaria de ter lido este livro no momento certo da minha vida, quando estava no Ensino Médio. Ainda assim, me tocou emocionalmente como creio que nada antes, e abriu minha mente a certas sensibilidades da narrativa que vão além da simbologia da literatura fantástica.



10. On the Road, de Jack Kerouac - A primeira obra que li da maravilhosa geração beatnik. Mais do que tudo, este livro me fez refletir intensamente sobre a própria noção de arte, sobre a relação entre vida e arte, entre autor e obra... Enfim, ajudou a refazer todos os meus fundamentos sobre arte e filosofia artística.



Menção Honrosa: Indiana Jones and the Hollow Earth, de Max McCoy - O livro em si é um pulp muito divertido, porém pouco marcante. Mas foi a primeira obra substancial que li inteiramente em inglês, o que expandiu muito meus horizontes.

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Eu poderia citar muitos outros que me marcaram de formas diferentes, mas escolhi priorizar os que me formaram como leitor e autor. Acima de serem dez livros, foram dez momentos marcantes da minha vida.

domingo, 10 de agosto de 2014

Aventura: Trilha da Pedra do Quilombo



Localizada no Parque Estadual da Pedra Branca, no Rio de Janeiro, a trilha tem 5 quilômetros e meio de comprimento e alcança 735 metros de altitude. O nível de dificuldade é médio; não é necessário experiência em trilhas, mas se exige algum preparo físico.

As fotos foram tiradas no dia 15 de fevereiro de 2014.

























Mais informações sobre a trilha aqui.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Crows e a delinquência juvenil japonesa



Quem lê mangá e assiste animes já deve ter percebido uma temática recorrente de protagonistas jovens que tentam escapar das regras rígidas da sociedade japonesa. Estou falando de "vagabundos" ou "delinquentes" de bom coração, como Ichigo Kurosaki (Bleach), Yusuke Urameshi (Yu Yu Hakusho), Joe Yabuki (Ashita no Joe) e Takashi Komuro (Highschool of the Dead), que costumam matar aula e se envolver em brigas, mas na verdade não fazem mal a ninguém.

Pois eis que semestre passado eu cursei na faculdade uma disciplina de Quadrinhos enquanto objeto da História (ou algum nome parecido) e escolhi este assunto como tema do meu trabalho. Para abordá-lo, escolhi o mangá Crows, de autoria de Hiroshi Takahashi, que trata especificamente sobre a questão da delinquência juvenil japonesa.

O trabalho é curto e, por se para uma disciplina não especializada em mangá, trás uma breve história deste mercado e seu atual regime de publicação. Como recebi uma nota 9.5 (de 10), acho que tá bom o suficiente pra compartilhar ele aqui.

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Como o trabalho tem 13 páginas, vou deixar o link para download em PDF ao invés de colá-lo todo aqui.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Temporada Verão 2014 - Primeiras Impressões pt2



Continuação desse post aqui.

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Zankyou no Terror


Gêneros: Psicológico, Thriller
Fonte: Original
Estúdio: MAPPA

Em um dia de verão um massivo atentado terrorista subitamente atinge Tóquio. Os culpados por trás do ato que acordou esta nação complacente de seu sono eram apenas dois garotos. Agora os culpados conhecidos como “Esfinge” começam um jogo grandioso que abrange todo o Japão.


Pra começar, vale lembrar que esse anime é dirigido pelo já lendário Shinichiro Watanabe (Cowboy BebopKid's StoryA Detective StorySpaceDandy), cujo nome é um selo de qualidade. Dito isso, pode esperar todos os aspectos técnicos impecáveis (pra evitar o termo perfeitos).

Os personagens principais despertam interesse logo à primeira vista, e conseguem ser visualmente únicos mesmo sem ter nenhum traço exagerado. O mistério é construído de forma perfeita: ele esconde o suficiente para te deixar intrigado, mas mostra o suficiente para você perceber que REALMENTE existe algo por trás (porque o que não falta é roteirista picareta que tenta construir mistério em cima de nada).

Não há nada mais que eu possa dizer além de: ASSISTA! Com apenas 11 episódios, tem tudo para ser o anime da temporada (e do ano).

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Barakamon


Gêneros: Comédia, Slice of Life
Fonte: Manga
Estúdio: Kinema Citrus

Como punição por esmurrar um calígrafo famoso, o jovem e bonito calígrafo Handa Seishu é exilado em uma pequena ilha. Como alguém que nunca viveu fora de uma cidade grande, Handa tem de se adaptar aos seus novos e malucos vizinhos, como as pessoas que viajam de trator, visitantes indesejados que nunca usam a porta da frente, crianças irritantes usando sua casa como um parque infantil etc. Será que esse cara da cidade conseguirá aguentar essas loucuras? Descubra nessa comédia cheia de inocência e risos.


A animação impecável e a direção maravilhosa de Masaki Tachibana me conquistaram já na primeira cena. Mas não parou aí.

A premissa de um homem da cidade que vai para o interior encontrar a si mesmo é velha, mas esse anime provou que velhas histórias merecem ser recontadas, desde que de forma bem-feita. Todos os personagens são carismáticos, e a química entre o protagonista e a menininha irritante funcionou com precisão.

Com 12 episódios, vai disputar o posto de anime da temporada com Zankyou no Terror.

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Ao Haru Ride


Gêneros: Comédia, Drama, Romance, Escolar, Shoujo
Fonte: Manga
Estúdio: Production I.G

Yoshioka Futaba tem algumas razões pelas quais ela quer “reiniciar” sua imagem e sua vida como uma nova estudante de ensino médio. Por ser bonita e fofa, acabou condenada ao ostracismo por suas colegas do sexo feminino no ensino fundamental. Além disso, por causa de um mal-entendido ela não conseguiu expressar seus sentimentos para o garoto de quem gostava, Tanaka-kun. Agora ela está determinada a ser tão grosseira quanto possível, de modo que seus amigos não fiquem com ciúmes dela. Enquanto vivia sua vida assim, Futuba encontra Tanaka-kun novamente.


Nos aspectos técnicos, as cores pouco vibrantes e a trilha sonora predominantemente suave combinam para criar uma atmosfera bem tranquila. O ritmo desacelerado da narrativa acompanha perfeitamente, mas pode desagradar as pessoas que preferem coisas mais "alucinadas".

A princípio, a premissa não me atraiu. Mas o enredo foi bem construído, com destaque a uma característica interessante: os personagens foram bem mais honestos com seus sentimentos do que costumam ser em animes shoujo. Não está entre meus favoritos, mas, sendo um anime curto (12 episódios), é possível que acabe antes de se tornar repetitivo.

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Bakumatsu Rock


Gêneros: Musical
Fonte: Vídeo Game
Estúdio: Studio Deen

A história se passa na era Bakumatsu, no final do comando dos shoguns sobre o Japão. O shogunato Tokugawa usa as Canções do Paraíso cantadas pelos principais idols do Shinsengumi para fazer lavagem cerebral e subjugar o país e seu povo. Neste Japão, escrever ou cantar qualquer música além das Canções do Paraíso é uma ofensa capital. Sakamoto Ryouma e outros roqueiros se levantam para mudar o mundo com o rock ‘n roll, lutando pela liberdade e justiça.


Uma tsunami de clichês, surfada por personagens rasos e estereotipados. Apesar de tudo, achei que o humor conseguiu acertar a mão, e assistir esse anime não foi uma experiência ruim. Mas não acho que isso me seguraria durante 12 episódios.

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Futsuu no Joshikousei ga [Locodol] Yatte Mita


Gêneros: Comédia, Seinen
Fonte: Manga
Estúdio: Feel

A história é sobre a vida de uma garota do ensino médio, Nanako, e sua senpai, Yukari, que acabam se tornando idols locais (locodol) a pedido de seu tio. No entanto, elas logo descobrem que seu novo estilo de vida é menos estelar do que imaginavam, visto que apenas são entrevistadas por centros comerciais da cidade, aparecem em programas de TV de baixo orçamento e fazem shows no telhado de lojas de departamento. Os salários são pagos dos impostos da cidade.

Apesar de não gostar nem um pouco da cultura idol, tinha boas expectativas quanto a esse anime. Talvez por ele estar listado como seinen (ou seja, público-alvo um pouco mais velho), esperava que ele fosse mais crítico quanto a essa cultura. Mas ele acabou puxando mais para uma comédia leve, com uma dose ainda tolerável de moe.

Mas não foi ruim. A protagonista, Nanako, é bastante carismática, e sua relação com o tio/empresário gerou ótimos momentos. Já a senpai, Yukari, faz o papel de "menina perfeita", por isso é completamente sem graça.

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Himegoto


Gêneros: Comédia, Ecchi, Gender Bender, Slice of Life
Fonte: Manga
Estúdio: Asahi Production


A história segue Hime Arikawa, um menino que está sendo perseguido por pessoas assustadoras. No entanto, ele é resgatado do perigo pelas meninas do conselho estudantil de sua escola – 18-Kin-san, presidente Unko e Beru-senpai. O conselho estudantil assumirá a dívida de Arikawa sob uma condição: “Como cachorro do conselho estudantil, você vai passar sua vida do ensino médio em roupas de mulher”.

Eu sei, a sinopse é meio estranha. Mas o anime é insano e engraçado. E, tendo apenas 4 minutos de duração, não precisa de muito mais que isso. Vale a pena pra quem gosta desse tipo de anime.

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Jinsei


Gêneros: Slice of Life
Fonte: Light Novel
Estúdio: Feel


A história gira em torno de Yuuki Akamatsu, um menino que se junta à equipe do segundo jornal de sua escola. A editora-chefe, Ayaka Nikaido, imediatamente atribui para ele a coluna de conselhos para vida. Três meninas – a representante de ciências, Rino Endo, a representante das artes liberais, Fumi Kujo, e a representante de educação física, Ikumi Suzuki – respondem perguntas de alunos sobre o que os está incomodando.

Este é uma verdadeira dúvida. Por um lado, a premissa de o protagonista ter que interagir com três garotas de personalidades completamente diferentes é interessante. Isso gera diálogos ótimos, com destaque para toda a cena do Clube dos Indecisos. Por outro, a quantidade de moe, fanservice e puro e simples besteirol deixou o episódio um pouco arrastado e difícil de assistir em alguns momentos. Além disso, as personagens não cativaram e o character design é bem genérico.

E então, vale a pena passar por uma cena de guerra de bexigas de água pra chegar em uma discussão sobre fatalismo e sistema estocástico?

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Glasslip


Gêneros: Slice of Life
Fonte: Original
Estúdio: P.A. Works

A história segue seis estudantes do ensino médio que se reúnem durante o verão. O protagonista é Touko Fukami, um jovem de 17 anos de idade, nascido na prefeitura de Fukui. Seu sonho é se tornar um artesão de vidro.


Muito bonitinho e tal, mas não me cativou. Não sei se o problema fui eu, mas simplesmente tive que tentar várias vezes pra conseguir assistir. Achei muito lento, e os personagens não prenderam meu interesse.

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Acho que termino por aqui minhas Primeiras Impressões dessa temporada. A princípio pensei que seria uma temporada fraca, mas acabei tendo várias boas surpresas. Acho que os que mais se destacaram pra mim, em termos de primeiro episódio apenas, foram Zankyou no Terror, Barakamon e Tokyo Ghoul.

Se surgir mais alguma coisa eu faço um adendo.

domingo, 6 de julho de 2014

Temporada Verão 2014 - Primeiras Impressões pt1



Começou a nova temporada de animes lá no Japão; uma temporada com a segunda temporada do excepcional Space Dandy, mas poucas estreias promissoras. Vamos esperar que haja ao menos uma ou duas boas surpresas nos aguardando.

Obs: Para o guia completo da temporada, checar o sempre excelente post do Gyabbo.

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Shirogane no Ishi Argevollen


Gêneros: Mecha, Ação
Fonte: Original
Estúdio: Xebec

Em um mundo onde os países Alanda e Ingermia estão em guerra há um longo período, o soldado Tokimune salva uma garota chamada Jamie do ataque das forças inimigas; agora, para conseguir sobreviver, ele passa a lutar usando o Argevollen, um nova arma de guerra.


Os aspectos técnicos não trazem nada de novo ou surpreendente - são até bastante genéricos -  mas funcionam dentro do gênero. O uso de CGI para fazer os mechas - o que dá margem para animações horríveis - neste caso é até sutil e bem encaixado. Peca, no entanto, pela lentidão das cenas de ação e pela incapacidade de representar o peso dos robôs.

A trama é genérica, mas não tenta se supervalorizar e não perde tempo com narração expositiva, o que é positivo. Os personagens ainda não foram decentemente apresentados e parecem bastante clichê, inclusive na aparência. Um pecado especial é a quantidade inexplicável de garotas "fofinhas" em meio às forças armadas. Fica um salve positivo por tirar parte do foco do combate em si e mostrar um pouco do dia-a-dia dos soldados em uma situação de guerra.

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Rail Wars



Gêneros: Ação, Romance, Shounen

Fonte: Light Novel

Estúdio: Passione

A história do “sonho do entretenimento ferroviário paradisíaco” é ambientado em um mundo paralelo onde o Japão não privatizou suas as ferrovias nacionais. Naohito Takayama é um garoto comum do ensino médio que sonha com um futuro confortável trabalhando para as Ferrovias Nacionais do Japão. Ele é contratado como estagiário na Força de Segurança, cheia de pessoas estranhas, como Sakurai, um encrenqueiro que odeia homens. Além disso, um grupo extremista chamado “RJ” planeja privatizar as estradas de ferro nacionais japonesas.


Bonito e bem animado, embora sem nada que impressione ou encha os olhos. A trilha sonora é básica, mas tem alguns toques de jazz que quebram a monotonia e contribuem bastante para o clima leve do anime.

A trama é curiosa, e avança neste primeiro episódio em um ritmo muito rápido, mas que ainda funciona. Resta saber qual será o comprimento da série e se este ritmo se manterá; é provável que não. Os personagens ainda não foram desenvolvidos e parecem bem clichê, mas têm algum carisma. Acho que vale assistir mais um ou dois episódios pra ver no que vai dar.

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Tokyo Ghoul


Gêneros: Sobrenatural, Psicológico, Seinen
Fonte: Manga
Estúdio: Studio Pierrot

O suspense de horror se passa em uma Tóquio assombrada pelos misteriosos “fantasmas” que estão devorando seres humanos. As pessoas estão tomadas pelo medo destes fantasmas cujas identidades são mascaradas em mistério. Um estudante universitário comum chamado Kaneki encontra Rize, uma menina que é uma ávida leitora como ele. Ele não percebe que seu destino irá mudar durante essa noite.


Confesso que esperava apenas mais um destes animes sombrios, gráficos e insanamente violentos que fazem sucesso entre pré-adolescentes revoltadinhos. Fui surpreendido por uma trama muito bem construída, que promete embarcar de forma bastante dramática no psicológico e moralidade do protagonista. A apresentação do universo foi minimalista e elegante, mas quase escorregou na cena final e se tornou desnecessariamente expositiva.

O conjunto técnico (estética, animação, trilha sonora...) foi impecável. O destaque fica para os cenários bem construídos e bem aproveitados e, acima de tudo, à direção de Shuhei Morita. A montagem das cenas foi muito bem feita, acelerando ou desacelerando o ritmo de acordo com o que a trama pedia. Primeira boa surpresa da temporada.

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Aldnoah Zero



Gêneros: Ação, Mecha, Ficção Científica
Fonte: Original
Estúdio: A-1 Pictures

Em 1972, uma hipervia foi descoberta na superfície da lua e a humanidade começou a migrar para Marte, estabelecendo-se por lá. No entanto, eventualmente, as sementes da guerra foram semeadas.


O anime tem mais personalidade do que sua sinopse genérica faz parecer. Nos quesitos técnicos, o destaque fica para a trilha sonora, muito bem orquestrada e que constrói muito bem os momentos de tensão da penúltima sequência. Lembra um pouco a trilha de Pacific Rim. Apesar disso, os acorde principais de um dos temas parece um rip-off do tema principal de Kill la Kill, Don't Lose Your Way.

A montagem e direção (de Ei Aoki) é muito bem executada - ele alterna entre diversos núcleos de personagens ao invés de seguir uma linha única, dando um sabor especial ao anime e conseguindo estabelecer o universo sem apelar muito para as exposições. Ainda é cedo para falar dos personagens, mas essa série pode ser uma boa promessa.

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Akame ga Kill


Gêneros: Ação, Aventura, Fantasia
Fonte: Manga
Estúdio: White Fox

Em um mundo de fantasia, o lutador Tatsumi parte para Capitol com o intuito de ganhar dinheiro para a sua aldeia que está morrendo de fome, mas acaba encontrando um mundo de corrupção inimaginável, tudo se espalhando a partir do depravado primeiro-ministro. Depois de quase se tornar uma vítima desta próprio corrupção, Tatsumi é recrutado pelo Raid Night, um grupo de assassinos dedicados a eliminar a corrupção que assola Capitol.


O anime promete ser apenas mais um battle shonen genérico, com aquele enredo clichê de protagonista guerreiro que sai de sua vila no interior para ir à cidade grande. E é exatamente isso que ele entrega.

Ao menos até a sequência final, quando as coisas mudam de figura e o potencial da série sobe imensamente. Não vou dizer mais nada, pra não estragar a experiência, mas vale a pena assistir este primeiro episódio.

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Gekkan Shoujo Nozaki-kun


Gêneros: Comédia, Romance, Escolar, Shoujo
Fonte: Manga
Estúdio: Dogakobo

É uma comédia romântica que começa quando a estudante do ensino médio, Sakura Chiyo, confessa seus sentimentos para seu colega Nozaki. Devido a um mal-entendido, Nozaki pensa que Sakura é apenas uma fã de seu trabalho como mangaka de shoujo.


Toda temporada eu escolho um shoujo bonitinho para assistir junto com a minha namorada, e esse tem tudo pra ser o escolhido da vez. A dinâmica entre os eventos românticos que o protagonista masculino representa em seu mangá e a falta de romantismo em sua vida real dá o tom humorístico, junto com as "reações internas" da protagonista feminina (bem utilizadas, lembrando Nisekoi). Está, aliás, é bastante carismática, característica imprescindível neste tipo de anime. Já a falta de carisma do protagonista masculino é intencional e serve a propósitos narrativos, por isso não incomoda.

Os aspectos técnicos funcionam muito bem, mas também não inovam. A música de abertura é especialmente boa, minha favorita da temporada até agora. Saldo final: altamente recomendável pra quem gosta do gênero.

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Vou encerrar por aqui este post, mas haverá mais um, talvez até dois. É, esta temporada não está se saindo mal, mas ainda falta algo que exploda minha cabeça, um Space Dandy da vida. Quem sabe no próximo lote?

Parte 2 aqui.